Desvendando a realidade das mulheres no Brasil através dos indicadores sociais de gênero do IBGE

Iniciar um movimento efetivo para alcançar a igualdade de gênero é uma demanda urgente e inadiável em nossa sociedade. Essa premissa não pode ser apenas um ideal distante, é preciso que ela se materialize como uma realidade viável. Nesse contexto, surge uma pergunta crucial: Como dar os primeiros passos nessa jornada transformadora?

Para o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) que desempenha um papel fundamental na coleta e análise de dados estatísticos em nosso país, a situação da mulher brasileira pode, e deve, ser dividida por meio de indicadores sociais como: educação, saúde, trabalho, renda, vida pública e direitos humanos. Esses dados nos permitem compreender a condição de vida das mulheres e auxiliar na formulação de políticas públicas voltadas à promoção da igualdade e ao empoderamento feminino.

Criado em 1936, o IBGE se tornou uma referência em termos de dados demográficos, socioeconômicos e culturais, sendo até hoje a mais importante ferramenta para coletar informações sobre o país para dimensionar as mudanças que precisam ser feitas a caminho da igualdade.

“Com a responsabilidade de coletar dados nacionais, conduzir o nosso censo demográfico e fornecer indicadores socioeconômicos importantes para o país, o IBGE tem um papel crucial no planejamento de políticas públicas e na tomada de decisões dos gestores. A disponibilidade de dados precisos e atualizados é fundamental para o funcionamento eficiente das nossas instituições. O IBGE nos proporciona uma lente através da qual podemos ver, entender e planejar o Brasil de maneira mais justa e estratégica, por isso a sua valorização e o seu fortalecimento são essenciais”, revela Maria Arraes, deputada federal (PE).

De acordo com os dados mais recentes divulgados pelo IBGE, as mulheres representam cerca de 51% da população brasileira, desempenhando um papel essencial em todas as esferas da sociedade, no entanto, apesar dos avanços alcançados, ainda há desafios significativos a serem enfrentados.

Uma questão relevante que diz respeito à participação política das mulheres são os dados do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que apontam que apenas 15% dos cargos políticos no Brasil são ocupados por mulheres. Essa baixa representatividade evidencia a necessidade de promover a equidade de gênero nesse campo, garantindo que as vozes femininas sejam ouvidas e representadas em todas as esferas de poder.

“As cotas de gênero na política são necessárias, mas o que propomos vai além. Nosso trabalho na Fundação 1º de Maio é oferecer formação política de qualidade para que homens e mulheres não sejam apenas números para o partido, mas para que todos possam concorrer de forma justa, igualitária e para que todos consigam se destacar na sociedade, seja na área pública, política ou social”, afirma Andrea Envall, diretora financeira da Fundação 1º de Maio.

Os indicadores sociais das mulheres no Brasil também são foco de estudo pelo CMIG (Conjunto Mínimo de Indicadores de Gênero), que destaca que dentre os principais desafios no mercado de trabalho estão a disparidade salarial e a segregação ocupacional.

No mercado de trabalho, embora as mulheres tenham conquistado cada vez mais espaço, a disparidade salarial ainda persiste. Os números revelam que elas recebem cerca de 20% menos do que os homens, mesmo exercendo as mesmas funções, no entanto, essa realidade está com os dias contatos, graças a Lei 1085, aprovada na data de ontem (5), foi assegurado e tornou obrigatória a igualdade salarial entre homens e mulheres que exercem a mesma função ou cargo, a Lei prevê multa de 10 vezes o salário da pessoa discriminada em caso de não cumprimento.

Outro dado importante levantando é sobre a violência contra as mulheres, já que essa continua sendo uma realidade alarmante em nosso país. Segundo o Datafolha, mais de 50% das mulheres já sofreram algum tipo de violência ao longo de suas vidas. Esses números são inaceitáveis e destacam a urgência de implementar políticas públicas efetivas para combater esse problema e proteger os direitos das mulheres.

Aprimorando ainda mais o trabalho oferecido à sociedade, o IBGE ainda conta com o SNIG (Sistema Nacional de Informações de Gênero), um braço do Instituto, que junto a outros órgãos públicos diretamente interessados ​​na produção e disseminação de indicadores e análises de gênero, buscam coletar dados que revelam a existência de desigualdades persistentes em diversas áreas, afetando a qualidade de vida e as oportunidades das mulheres, e que por finalidade o fortalecimento da legislação e investimentos em infraestrutura adequada para eliminar as desigualdades existentes.

Diante desses dados, surge a necessidade de uma reflexão profunda sobre as políticas públicas voltadas para as mulheres. É essencial que os governos, partidos políticos, sociedade civil e instituições se unam para promover a igualdade de gênero e garantir oportunidades iguais para todos.

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1 comentário

  • Roseni Nogueira da Mota
    1 de junho de 2024

    Muito boa a plataforma, parabenizo todos os colaboradores, pelos conteúdos postados. Dentre em breve, pretendo contribuir postando minha tese de mestrado, cujas pesquisas já se encontra em andamento. O tema da minha dissertação seguirá na linha dos Direitos Humanos das Mulheres em âmbito global, minha pesquisa terá foco na realidade da participação das mulheres na política brasileira, porque a ocupação de mulheres na política é tão pequena, não obstante representar 51% da população maior ?
    atenciosamente
    Roseni

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